Na Galiza atual, como noutras nações da Europa, estamos a encetar um caminho político que deve conduzir-nos para a independência. Tal processo é, sem dívida, difícil. O independentismo galego, socialmente incómodo e com pres@s nas cadeias, é às vezes considerado anedótico numa sociedade anestesiada pelo consumismo e a apatia. Politicamente incorreta recolhe dois textos onde se desenvolvem algumas das ideias essenciais da plataforma cívica “Galiza pola Soberania”. Porque, por muito que a imprensa espanhola divulgue a imagem de sermos radicais e utilize a etiqueta de secessão para falar da identidade nacional, não estamos aqui simplesmente para constituir mais um estado sem maiores implicações: estamos para mudar todos os mecanismos de controlo opressivo em poder popular, acrescentando ao reclamo soberanista procedimentos de democracia participativa, resistência anti-patriarcal, justiça social, sustentabilidade ecológica e tecido associativo. Não fizemos este longo percurso para construirmos um estado tão agressivo, tão capitalista, tão contaminante, tão gerador de abismais diferenças de classe e dum infortúnio imenso como os já vigentes, mas para contribuirmos ao objetivo político de enunciarmos o novo. Isto implica que o desafio que temos por diante exigirá profundos debates e, por vezes, demandará que a velha reclamação da nação se encha com conteúdos inimagináveis do ponto de vista da submissão. Porque seremos quem quisermos ser num futuro pleno de liberdades, numa Galiza tão livre, tão anti-repressiva, tão criativa, tão sensível a todas as demandas sociais, tão revolucionária como for possível.
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Índice de artigos no livro:
ESSE INCÓMODO INDEPENDENTISMO
6. Enunciando o novo: Independência para mudar tudo
7. Os julgamentos ao independentismo galego. Em 24 de junho julgam-nos!
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