Essa incómoda ecologia

Quando, há algumas décadas, ativistas de diferentes filiações começaram a reclamar medidas políticas de proteção da natureza, aludindo aos direitos dos animais, ou a necessidade de não destruirmos os bosques, as montanhas ou as costas enchendo-as de lixo, iniciava-se o pensamento radicalmente contemporâneo da ecologia. Porém, o poder tentou domesticar esse movimento adotando uma maquilhagem “verde”: as práticas ambientalistas. Obviamente, medidas light e tomadas fora de tempo −como a gasolina sem chumbo ou a recolhida seletiva do lixo− não servem já, dado que não combatem de raiz o consumismo. Frugalidade, descrescentismo e respeito pelos animais não humanos, que tantas vezes vivem vidas miseráveis como se só fossem carnes para as nossas mesas, convidam a uma aposta realmente transformadora, que poderá no futuro ser tão importante como foram a luta obreira ou o feminismo na criação do pensamento contemporâneo. Isso por não falarmos em que o planeta tem recursos finitos cujo esgotamento começa a se experimentar. A revolta ecológica desafia-nos, aliás, como seres que pensam e que sentem.

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Índice de artigos no livro:

ESSA INCÓMODA ECOLOGIA

11. Sobre roedores e sobre humanos ou sobre dois tipos de ecologia

11.1. Desculpem o incómodo, mas isto é uma revolução
11.2. Ambientalismo não é ecologia
11.3. Para quando o petróleo se esgotar

12. O desafio do vegetarianismo, uma revolta silenciosa ou de vegetas e de reintegratas

12.1. A cidade invisível de Porquilândia relatada por Marco Polo (Extrato esquecido por Italo Calvino que se recupera aqui)
12.2. E se ilegalizássemos comer carne?
12.3. Algumas razões políticas para nos abstermos de consumir carne
12.4. Os tópicos do vegetarianismo
12.5. Contra mitos e tabus. Em defesa da gradação dos pontos de vista
12.6. A fina linha divisória entre animal e humano
12.7. Por uma nova filosofia da natureza
12.8. No meio duma crise de confiança

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